quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A miuda que eu vi crescer!

Hoje, a minha irma faz 21 anos! Apatecia-me escrever-lhe um longo texto para lhe mostrar todo o meu amor, um amor feliz! Mas a distancia e as saudades atraiçoam-me! 

Dedico-lhe por isso um texto escrito por altura do seu 17o aniversario, escrito num blog que era entao anonimo, e que ela nunca chegou a ler! 


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Hoje, a C. faz 17 anos.

Ah, como é bom ter 17 anos! A adolescência, a maluqueira, as histórias encantadas que ficam para a eternidade, a sensação de que tudo é eterno, as certezas absolutas e inquestionáveis, as mais de 1500 amizades, a liberdade acima de tudo e de todos, as paixões que doem e provocam borboletas na barriga. E, no fundo, é tudo tão fugaz e tão efémero.

É maravilhoso ter irmãos! Ainda mais quando as relações são saudáveis e sinceras.

Quando a C. nasceu, eu tinha 6 anos, escolhi o nome, tive muitos ciúmes e durante alguns anos não vi com bons olhos ter uma irmã mais nova. Ter que dividir o quarto, a atenção dos pais e restante família, os brinquedos... não era propriamente agradável. Quando eu entrei na fase da adolescência, a C. tinha 6/7 anos. Era coscuvilheira, descobria as cartas para os namoricos, bisbilhotava os meus diários, tinha a "língua comprida", queria ir atrás de mim para todo o lado... enfim, as atitudes típicas dos irmãos mais novos. Ser adolescente e ter de dividir casa com uma miúda na fase da descoberta não era fácil. As discussões eram constantes, as birras também. Quando eu tinha 17 anos, como ela a partir de hoje, queria a minha privacidade e não tinha. Queria vestir as minhas roupas favoritas e quando reparava já ela as tinha vestido para ir brincar com as amigas. Queria liberdade e paz e por vezes era difícil encontrá-las no meio de tantos risos parvos de um bando de miúdas que ela levava lá para casa. Aos meus 19, a separação. Cinco meses longe, em Roma, a mais de 2000 quilómetros, as saudades imensas, as noites frias sem a ter a dormir na mesma cama que eu. O reencontro trouxe a surpresa. Vê-la crescida, a ficar uma mulher. Ouvi-la perguntar se podia vestir aquela camisola, estar no silêncio quando precisava de concentração para estudar. As conversas mais maduras. A reaproximação e o início de uma longa viagem em direcção à amizade verdadeira de irmãs.

Hoje, eu e a C. somos inseparáveis. Ela é a minha companhia e até o meu ombro amigo; eu sou a irmã mais velha em quem ela confia. Ela é a menina que eu gosto de apresentar aos amigos para dizer "vejam como ela está crescida"; eu sou a mana velha que ela gosta de apresentar aos amigos para dizer "vejam como a minha irmã é uma fixe".   Saímos juntas, bebemos e dançamos até cair para o lado, rimo-nos pelas coisas mais parvas e não conseguimos mesmo parar. Dividimos roupas, calçado, "bijouteria", carteiras e maquilhagem. Dividimos confidências e desabafos. Trocamos experiências: ela pede conselhos e ouve as minhas histórias e eu, através dela, recordo os meus 17 anos. Sei que sou um modelo para ela e tento dar-lhe bons exemplos.

Quero o que uma mãe quer para uma filha: que ela seja sempre mais e melhor do que eu! Sei, no fundo do meu coração, que vamos ter sempre esta relação bonita que fomos construindo e esta união que nos torna muito mais fortes do aquilo que pensamos ser. E sei-o porque somos, ambas, fruto de um grande amor e porque os nossos olhos brilham cada vez que os nossos pais dizem "as nossas filhas são tão amigas".

Parabéns, menina a ficar adulta! Escolhe sempre o melhor rumo para a tua vida e não te preocupes com as pedras no caminho, porque eu vou estar sempre aqui, não para tas tirar da frente, mas para te ensinar a saltar por cima delas para não tropeçares. E se caíres, não faz mal, eu dou-te a mão e ajudo a levantar-te. E se chorares, tudo bem, eu estarei aqui para te limpar as lágrimas. E se rires, melhor ainda, eu rio contigo porque as nossas gargalhadas juntas têm uma sintonia bem mais bonita de se ouvir.

Parabéns da mana velha!

P.S: Parabéns também para a minha mãezinha e para o meu paizinho que há 17 anos atrás viviam o segundo (mas não menos importante) dia mais feliz da vida deles
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Feliz aniversario, Cris!

Bisous ;)

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